quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

ATRAVÉS DE SUA OBRA, MUSICAL CONTA A HISTÓRIA DE DORIVAL CAYMMI




A montagem narra a biografia do compositor baiano através de suas músicas. (créditos: Divulgação)

Celebrando o centenário do cantor e compositor que levou a Bahia para o mundo, o musical Caymmi, do Rádio para o Mundo, visita a atmosfera das canções do artista baiano, num espetáculo que remonta a trajetória do músico e sua história, que se confunde com a criação da música brasileira contemporânea.
Sem estar preso à cronologia da biografia de seu protagonista, o espetáculo vai perpassar momentos como o encontro do músico baiano com sua eterna musa, Stella Maris, além de evocar canções fundamentais como Marina, Só Louco  e João Valentão.
Caymmi, do Rádio para o Mundo tem direção e dramaturgia de Gil Vicente Tavares e, está em cartaz no Café Teatro Rubi, no Hotel Salvador Sheraton, no Campo Grande. Com exibições na próxima sexta (05) e sábado (06), o espetáculo custa R$ 40 reais.
O Homenageado
Dorival Caymmi foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro. Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano.1 Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica.
Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía havia 9 anos.2 Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular, compôs obras como Saudade da Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena.
Filho de Durval Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi, era casado com Adelaide Tostes, a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos também são cantores: Nana Caymmi, Dori Caymmi e Danilo Caymmi.
Por: Victor Lahiri

SAGRADO E PROFANO UNIDOS NA FESTA DA CONCEIÇÃO DAS PRAIAS, DIA 8



 
Fiéis celebram a padroeira da Bahia (créditos: feriasbrasil.org)
Tradição secular junto à população baiana, as celebrações de Nossa Senhora da Conceição da Praia, padroeira da Bahia, serão realizadas este ano na Basílica da Conceição da Praia – localizada no Comércio na próxima segunda-feira(8).  O ciclo de atividades é coordenado pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia.

A programação terá início na basílica com a missa campal e segue com a tradicional procissão pelas ruas do Comércio, além da tradicional festa de largo nas imediações da igreja. Milhares de pessoas são esperadas na celebração. O clima festivo toma conta também do mercado modelo onde as barracas com comidas típicas vão animar o público combinando a alegria do povo baiano com a fé, mais uma demonstração da união entre o sagrado e o profano.

“Para que a festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia de 2014 seja um marco decisivo em nossa vida, a devoção para com a Mãe de Jesus deve estar enraizada na fé, sustentada na esperança, e vivida na caridade. Celebrar a festa da Imaculada é, pois, renovar-se”, declarou o arcebispo metropolitano de Salvador, Dom Murilo Krieger.


Tradição


A celebração à Nossa Senhora da Conceição das Praias é realizada desde 1549, quando o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, iniciou a sua devoção na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia cuja fachada ornamentada em pedra de lioz vinda de Portugal.

Os festejos tem início ainda no final de Novembro, com a novena que acontece todas as noites na matriz na Cidade Baixa de Salvador. A celebração envolve uma missa campal e procissão e, paralelamente, ocorre a tradicional festa profana.
 Por: Victor Lahiri

TRADICIONAL FESTA DE SANTA BÁRBARA




IAN LASSERRE REALIZA SHOWS NO TEATRO GAMBOA

Foto -  Flora Rodriguez




Com o espetáculo “Outros Ventos”, o cantor Ian Lasserre convida os amigos Jorge Solovera (Guitarra e Baixo), Felipe Guedes (Guitarra e Baixo) e Sebastian Notini (Percussão) para dividir o palco do Teatro Gamboa Nova durante três domingos do mês, sempre às 17h.

“Outros Ventos” traz repertório totalmente autoral, com antigas e inéditas que circundam ritmos como o samba, ijexá, chula, baião, bossa nova, e harmonizações que carregam em seu DNA o experimentalismo da música baiana. Além das conhecidas “Africanizar”, “Os Sertões” e “Pindorama”, os singles “Maré”, “Outros Ventos” e “Samba de Quarta-Feira” são executadas em público pela primeira vez.

Ian aproveita a companhia do coletivo e faz prévia do que reserva para o primeiro álbum da carreira solo – ainda em produção –, motivo pelo qual o músico se manteve recluso do cenário por alguns meses. 

O show abençoa a semana com pôr-do-sol na Gamboa e a bela vista da baía de Todos-os-Santos.



​Serviço:

Outros Ventos – Ian Lasserre e amigos

Dias 7, 14 e 21/12 | dom | 17h

Teatro Gamboa Nova | R$ 10 e 20


Por: Roberta Rocha


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

FESTA DE SANTA BÁRBARA



Cerca de 12 mil pessoas devem participar da tradicional Festa de Santa Bárbara, que tinge o Largo do Pelourinho de vermelho e branco na quinta-feira, 04 de dezembro. A celebração religiosa acontece durante a manhã, começando com a queima de fogos ao raiar do dia, e mais tarde com a missa campal. Santa Bárbara é lembrada como padroeira dos bombeiros e dos mercados, a sua festa é considerada um marco de resistência da fé e da cultura popular. Durante a tarde e a noite, uma programação cultural formada por 13 atrações musicais continua os festejos da data. A programação é promovida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI).

Para a religião candomblé, Santa Bárbara é lembrada como Iansã ou Oyá, a rainha dos raios e trovões. Com isso, a diversidade cultural e religiosa está entre as características mais importantes da celebração. No ano de 2008, a Festa de Santa Bárbara foi decretada Patrimônio Imaterial da Bahia pelo Governo do Estado.

A missa campal, que reúne anualmente milhares de fiéis, começa às 8h no Largo do Pelourinho, celebrada pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Os clarins anunciam a chegada do cortejo que carrega a imagem da Santa. Este é um momento em que devotos depositam sua fé em Santa Bárbara, aproveitando para fazer pedidos e agradecimentos. Após a cerimônia, o cortejo continua a sua caminhada até o quartel do Corpo de Bombeiros.


Samba e tradição


Após os tradicionais carurus que são servidos na data em casas e mercados populares, a segunda parte da Festa de Santa Bárbara, durante a tarde, leva a todos que permanecem no Centro Histórico diversas atrações musicais para continuar celebrando até a noite. Todas as apresentações são gratuitas.

A programação cultural começa às 13h no Largo do Pelourinho, com a apresentação de Jorginho Commancheiro. A festa continua com bastante samba, ao som do Grupo Trivial, às 15h, de Neto Balla, às 17h30, e encerrando com a cantora Juliana Ribeiro, às 20h.

Nos demais largos, toda a programação inicia às 14h30. No Largo Pedro Archanjo a festa será comandada por mulheres guerreiras do samba. Carla Lis é a primeira atração do palco, por onde ainda vão passar Rose Belo, às 17h, e Gal do Beco, às 19h30. No Largo Tereza Batista, o samba da nova geração com o grupo Anjo Bom, 14h30, e a cantora Claudya Costta, às 17h, além de Roque Bentenquê, representando a velha guarda do samba, às 19h30. E o samba de tradição marca a festa no Largo Quincas Berro D’Água, com dois dos grandes sambistas da Bahia, Firmino de Itapoan e Claudete Macedo, que se apresentam às 14h30 e às 17h. Mais tarde, às 19h30, o samba é servido na mesa do Seja Também um Sambista, movimento musical que reúne artistas do gênero para um show no estilo fundo de quintal.



Programação

FESTA DE SANTA BÁRBARA – 04 DE DEZEMBRO



Largo do Pelourinho

08h00 – Clarins / Missa Campal

13h00 – Jorginho Commancheiro

15h00 – Grupo Trivial

17h30 – Neto Balla

20h00 – Juliana Ribeiro


Largo Pedro Archanjo

14h30 – Carla Lis

17h00 – Rose Belo

19h30 – Gal do Beco


Largo Tereza Batista

14h30 – Anjo Bom

17h00 – Claudya Costta

19h30 – Roque Bentenquê


Largo Quincas Berro D’Água

14h30 – Firmino de Itapoan

17h00 – Claudete Macedo

19h30 – Movimento Musical Seja Também um Sambista


Por: Raísla Trindade

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

IALORIXÁ DE ITAPUÃ HOMENAGEADA COM BUSTO ÀS MARGENS DO ABAETÉ

Celebração simbólica marcou a inauguração do busto. (Foto: Marina Silva)

Quando os tambores soaram sob o sol das 10h da manhã de ontem, o olhar decidido e sério de Mãe Gilda, ícone da luta contra a intolerância religiosa, ressurgiram expressos em um busto esculpido em sua homenagem às margens da Lagoa do Abaeté. A expressão da escultura, que até o momento da cerimônia estava encoberta por um tecido branco foi celebrada com grãos de milho branco, cânticos e mensagens que ressaltavam tudo aquilo pelo que a ialorixá sempre buscou, paz e respeito.
Apesar da expressiva presença de membros das religiões de raiz africana, representantes de outras doutrinas religiosas compareceram ao local reafirmando a intenção de fazer da obra um ponto de referência ecumênica. A Ialorixá e, sobretudo sua história e luta foram lembrados pelos presentes gerando comoção e muitos sorrisos.
A filha de Mãe Gilda, e atual Ialorixá do Ilê Abassá de Ogum, Mãe Jaciara Ribeiro expressou a felicidade com a inauguração do busto e ressaltou a importância do evento como um marco da luta contra a intolerância religiosa, fato que levou Mãe Gilda ao reconhecimento nacional.
“Mesmo vindo 14 anos depois que ela nos deixou, aos nossos olhos essa homenagem é uma forma de reforçar a mensagem respeito entres as religiões”, afirmou a Mãe Jaciara. “Queremos que esse espaço passe a ser não só uma referência para a comunidade do candomblé como das outras doutrinas. É uma forma de mostrar que não queremos guerra santa, queremos caminhar juntos”, disse.
Nas palavras do líder espírita e fundador da Cidade da Luz a implantação de um monumento à Ialorixá é o reconhecimento da importância do diálogo entre as doutrinas religiosas. “Eu não gosto da palavra ‘tolerância’, para mim tolerar significa suportar e o que precisamos é respeito entre as religiões”, frisou o médium. “Desde que conheci a luta de Mãe Gilda abracei a causa e ajudei como pude, hoje vejo que avanços foram alcançados principalmente em relação às religiões de matriz africana, mas ainda acho que foi pouco em relação ao que deveria ter sido conquistado”, comentou.
Quem também expressou a sua preocupação com o crescimento dos casos de intolerância religiosa ligado à relação entre as doutrinas e o poder público foi o Presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro. “Nos últimos anos os casos de violência contra santuários voltaram a crescer, como aconteceu com a Pedra de Xangô que foi pichada e encontrada coberta de Sal Grosso”, reclamou Guerreiro. “Tudo isso ligado ao crescimento de uma bancada religiosa que ganha cada vez mais força, é muito perigoso. Acredito que acima de tolerância, deve haver respeito”, completou.

Vida de Mãe Gilda
Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda fundou o Terreiro Ilê Abassá de Ogum em 1988, no bairro de Itapuã. Ela foi iniciada no Candomblé em 1976 e se tornou ialorixá ao completar sete ano de iniciação na religião. Ao longo da vida, Mãe Gilda se destacou pelo ativismo social e por sua personalidade forte na luta pela conquista de melhorias na área de Nova Brasília de Itapuã.
Apesar da personalidade forte a ialorixá sofreu um grande golpe em setembro de 1999, quando sua imagem foi publicada na capa de um jornal evangélico sob a seguinte manchete: Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida de clientes. A imagem da ialorixá vendada, utilizada na edição do periódico religioso havia sido publica na revista Veja em 1992, em uma reportagem que mostrava a Mãe de Santo participando de uma manifestação pró-impeatchment do então presidente, Fernando Collor de Melo.
Dois meses antes da publicação do jornal, o Ilê Abassá de Ogum havia sido invadido por membro de outra igreja evangélica. Em 21 de janeiro de 2000, um dia após assinar uma procuração legal para que advogados movessem uma causa judicial contra a agremiação religiosa que publicou a reportagem, Mãe Gilda sofreu um infarto fulminante e veio a falecer por conta de uma série de complicações.
Mãe Jacira herdou o legado da ialorixá e além de coordenar o terreiro fundado por Mãe Gilda, entrou com um processo judicial contra a igreja evangélica que promoveu a publicação e recebeu uma indenização de R$ 1,3 milhão em 2003. No evento Mãe Jacira relembrou a história e deixou um relato emocionado.

“Nos últimos dias de vida, quando ela decidiu processar a igreja, me disse: filha, eu não quero ser lembrada por aquela imagem, com o rosto coberto feito uma ladra”, relembrou. Agora com o semblante tranquilo esculpido às margens do Abaeté, Mãe Gilda está imortalizada pelo sorriso de uma mulher forte que tem em seu semblante a determinação de lutar pelo seu povo.
Por: Victor Lahiri

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

DONA DALVA - UMA DOUTORA DO SAMBA






A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia realizou, através do Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), o documentário “Dona Dalva – Uma Doutora do Samba”, sobre a história de vida de Dona Dalva Damiana de Freitas, fundadora do Samba Suerdieck, integrante da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. O público baiano poderá conferir o trabalho, dirigido por Lindiwe Aguiar, em seu lançamento no próximo sábado (29), às 15h, na Casa do Samba Suerdieck, localizada no município de Cachoeira – BA, cidade natal da homenageada.

Nascida no dia 27 de setembro de 1927, Dalva Damiana de Freitas é filha do sapateiro e músico Antônio José de Freitas, e Maria São Pedro de Freitas, charuteira. Dona Dalva, como é conhecida, há 56 anos fundou e mantém em atividade um dos grupos de Samba de Roda mais tradicionais do Recôncavo baiano, o Samba de Roda Suerdick. Aos 87 anos, Dona Dalva é considerada uma lenda viva e uma referência da identidade cultural popular.

O lançamento do documentário, além de festejar os 87 anos de nascimento de Dona Dalva e o aniversário do Samba Suerdieck, integra o conjunto de atividades promovidas para o III Encontro das Culturas Negras, que movimenta diversos espaços culturais em Salvador e no interior do estado em homenagem ao mês da Consciência Negra. Confira a programação completa no site da SecultBA: www.cultura.ba.gov.br





Serviço


Lançamento do documentário “Dona Dalva – Uma Doutora do Samba”

Onde: Casa do Samba de Roda Suerdieck (Rua Ana Néri, nº 19, Centro, Cachoeira – BA)

Quando: 29 de novembro de 2014, sábado, 15h

Quanto: Gratuito


Por: Raísla Trindade